Mosteiro de Santa Clara-a-Velha - Coimbra, Portugal
Posted by: Groundspeak Regular Member razalas
N 40° 12.069 W 008° 25.895
29T E 548377 N 4450238
[PT]O Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, localiza-se na margem esquerda do rio Mondego, na cidade de Coimbra.[EN]The Monastery of Santa Clara-a-Velha, located on the left bank of the river Mondego, the city of Coimbra.
Waymark Code: WMCJJY
Location: Coimbra, Portugal
Date Posted: 09/13/2011
Published By:Groundspeak Premium Member lumbricus
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[PT]
O Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, popularmente conhecido como Convento de Santa Clara-a-Velha, localiza-se na margem esquerda do rio Mondego, perto da Baixa da cidade de Coimbra, , no Distrito de mesmo nome, em Portugal.
Representa um momento de experimentação do estilo gótico no país. A sua fundação, em fins do século XIII, inscreve-se numa conjuntura de gradual influência e aceitação da Ordem dos Frades Menores na Corte e na sociedade portuguesa em geral.

Antecedentes: o convento de D. Mor Dias

O apelo da forma de vida proposta por Santa Clara levou Dona Mor Dias, dama nobre de Coimbra, filha de D. Vicente Dias, sobrejuiz de Afonso III de Portugal e alcaide-mor de Coimbra, e de D. Boa Peres, neta do chanceler Julião Pais, a fundar uma casa de Clarissas.
Embora desde 1278 empreendesse esforços para a instituição da sua casa de Clarissas, encontrava-se recolhida desde 1250 no Convento de São João das Donas, então dependente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Em 13 de Abril de 1283 obteve a licença para construir um mosteiro dedicado a Santa Clara e a Santa Isabel da Hungria, cuja primeira pedra foi lançada a 28 de Abril de 1286, perto do convento franciscano que anteriormente se instalara (1247), na margem esquerda do rio Mondego.
Entretanto, devido aos recursos (bens e rendimentos) com que dotou o novo convento, os religiosos de Santa Cruz opuseram-se veementemente à obra, sob o argumento de que D. Mor era soror professa de Santa Cruz e, por isso, dele dependente no espiritual e temporal. Não obstante a oposição, D. Mor Dias levou consigo algumas religiosas de São João das Donas, e a contenda assim aberta perdurou por cerca de trinta anos.
Em 1302, com o falecimento da fundadora, esta legou ao novo convento os seus bens e rendimentos. A contenda, entretanto, prosseguiu, vindo a culminar na extinção do mesmo em 2 de Dezembro de 1311.

A segunda fundação: o convento da Rainha Santa

Desde 1307, porém, Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal interessara-se pelo mesmo, empenhando-se na mediação do conflito que logrou encerrar em 1319. Nesse interim, alcançou do papa Clemente V, a 10 de Abril de 1314, a autorização para a refundação do Mosteiro. A partir de então dedicou muito do seu tempo e do seu património ao engrandecimento do mesmo.
Em 1316 iniciam-se as obras da segunda construção, custeada pela rainha, que determinou ainda edificar, junto ao Mosteiro, um hospital para trinta pobres (concluído em 1333) - com cemitério e capela -, e um Paço onde, em 1325, quando enviuvou, se recolheu. Em 1317 nele se instalam as primeiras freiras, vindas de Zamora.
O arquitecto-régio responsável pelas obras foi o mestre Domingos Domingues, que trabalhou igualmente no claustro do Mosteiro de Alcobaça. Tendo falecido em 1325, foi substituído pelo mestre Estevão Domingues. É sob a orientação deste que se concluem as obras da igreja e se inicia a construção dos claustros do Mosteiro de Santa Clara, entre 1326 e 1327. Os claustros eram abastecidos por um cano de água vindo da Quinta do Pombal (atual Quinta das Lágrimas).
Tendo D. Dinis de Portugal falecido em 1325, pouco depois da sua morte, D. Isabel recolheu-se ao Mosteiro, tomando o hábito das Clarissas mas não fazendo votos, o que lhe permitia manter a sua fortuna, que usava para a caridade. Fez o seu testamento em 1328, nele tendo deixado expressa a sua vontade em ser sepultada no Mosteiro, legando bens e recursos para a construção de uma capela, para as obras do convento, e para o mantimento das Donas. Viria a falecer em Estremoz, em 4 de Julho de 1336.

A nova Igreja

A nova igreja foi consagrada em 1330, pelo então bispo de Coimbra, D. Raimundo Ebrard II (1325-1333). A sua traça, de aparência românica com grossos paramentos e contrafortes, respeita, em termos de planta e alçados, a disposição dos templos de Clarissas - três naves de sete tramos, sem transepto, e cabeceira com três capelas (as dos extremos quadrangulares; a capela-mor poligonal). A abside e os absidíolos apresentam interiormente a forma poligonal, característica do gótico.
Estêvão Domingues cobriu a nave central com uma abóbada de berço quebrado, sustentada por arcos torais de grande porte, desistindo, ao que parece, de a cobrir com cruzaria de ogivas. Entretanto, nas naves colaterais optou claramente por este sistema, apesar de grandes imperfeições técnicas a que não serão estranhas dificuldades de implantação do templo, que muito cedo se afundaria nos campos alagados às margens do Mondego. Apesar dessas dificuldades, o objectivo do mestre foi conseguido: o de construir um templo vertical (ainda que hoje o afundamento e o piso intermédio construído nos dificultem perceber as proporções esguias do conjunto), bem iluminado por frestas laterais de grande altura.
Foi invulgar, à época, a construção de três naves de altura idêntica, abobadadas em pedra, ao invés da cobertura de madeira, então usual pelas Ordens mendicantes, assim como a ausência de transepto, o que permitiu o maior alongamento do claustro.
A iluminação das naves é feita por duas rosáceas nos extremos da nave central e por janelas duplas, de grande altura, rasgadas nas paredes laterais.

O abandono do conjunto

A vida do Mosteiro ficou marcada, ao longo dos séculos, por sucessivos alagamentos provocados pelas cheias do Mondego, o primeiro dos quais já em 1331, um anos após a sagração do templo, que anunciou uma difícil convivência com as águas. A solução encontrada ao longo dos séculos foi o sucessivo alteamento do piso térreo até que, no século XVII as religiosas se viram forçadas a construir um piso superior ao longo do templo e a desocupar o inferior, o que sucedeu igualmente nas demais dependências do Mosteiro. No entanto, a deterioração das condições de habitabilidade levaram à construção, por iniciativa de D. João IV de Portugal, de um novo edifício no vizinho Monte da Esperança - o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Abandonado definitivamente pela comunidade de religiosas em 1677, o antigo mosteiro passou a ser conhecido como Santa Clara-a-Velha.
Após o abandono, o mosteiro e o seu entorno deram lugar a uma exploração agrícola, passando a parte superior do convento a ser utilizada como habitação, palheiro e currais.

Intervenções contemporâneas

No início do século XX, foi classificada como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, e sujeito a extensa campanha de obras de restauro por iniciativa da DGEMN a partir da década de 1930. Ainda assim, o conjunto continuou a ser vítima das águas do rio. Nesse espaço desocupado, imerso nos sedimentos que apenas deixavam visível a parte superior da igreja, criou-se uma imagem de ruína aureolada de romantismo, que se manteve até à década de 1990.
Em 1991 foi iniciado um ambicioso projecto de recuperação e valorização do seu sítio, com orçamento na ordem dos 7,5 milhões de Euros, sob a coordenação do Arqueólogo Artur Côrte-Real.
A campanha arqueológica estendeu-se entre 1995 e 2000, colocando a descoberto a parte inferior da igreja e o claustro, permitindo recolher um espólio significativo, testemunho material do passado conventual. Decidida a manutenção a seco do perímetro escavado (1977), foi construída uma cortina de contenção periférica das águas, primeiro passo para a reabilitação do sítio. Ficou ainda incluída uma importante área de reserva arqueológica, compreendendo o segundo claustro e dependências anexas, dormitório e refeitório, a serem pesquisados no futuro.

From: (visit link)


[EN]
The ruins of the Monastery of Santa Clara-a-Velha (St Claire-the-Older) are located in the city of Coimbra, in Portugal. The monastery was built in the 14th century on the left bank of the Mondego River, but had to be abandoned in the 17th century due to frequent floods. The well-preserved Gothic ruins of the monastery were excavated in the late 20th century, more than 300 years after being abandoned by the nuns. The ruined church recently reopened to the public after 12 years of restorations with a new visitor center.

Middle Ages

The Monastery of Santa Clara (Saint Claire) of Coimbra was founded in the 1280s by Mor Dias as a feminine house of the Order of the Poor Clares. This early monastery was dissolved in 1311, but in 1314 it was re-founded by Queen Elizabeth, wife of King Dinis I. Queen Elizabeth was admired by her pious and charitable nature, and her fame led to her canonisation in 1626. The palace of the Queen, of which only ruins remain, was located near the monastery.
The works sponsored by the Queen started in 1316 on the same spot of the previous foundation and gave rise to the ensemble that exists today. The first architect associated with the monastery was Domingos Domingues, who had worked on the cloisters of the Monastery of Alcobaça. His work was continued after 1326 by Estêvão Domingues, who had worked on the cloisters of Lisbon Cathedral. The church was consecrated in 1330 and shows the influence of the Alcobaça building in its floorplan and many other architectural details. Queen Elizabeth died in 1336 and was buried in the monastery in a magnificent Gothic tomb. A large cloister was built to the South side of the church still in the 14th century.
Already in 1331 the monastery and church were flooded by the Mondego, whose banks are located nearby. The site of the foundation would prove to be inadequate, since the monastery was repeatedly invaded by the waters of the river in the following centuries. The sisters of the monastery responded by elevating the floor levels of the monastic buildings to reduce the damage caused by the floods. In spite of the problems, the monastery was frequently enriched by donations. In the early 16th century, under King Manuel I, the church was decorated with Sevillian tiles and several painted altarpieces.

Decay and rescue

Around 1612, as the river flooded the monastery every year, the nuns built an elevated pavement in the church half way to the roof. Finally, in 1647, as the frequent floods made life in the monastery impossible, King John IV ordered the nuns to abandon the structure. The last nuns left the ensemble in 1677, as a new monastery, called Monastery of Santa Clara-a-Nova (Santa Clara the New) was built on a hill nearby. The Gothic tombs of Queen Elizabeth and other royal princesses were transferred to the new building.
As the centuries passed, the old monastery fell into ruins and became partially submerged by the mud and water of the Mondego. Its historical and architectural importance led to it being declared a National Monument in 1910, and some conservation works were done in the first half of the 20th century. After 1995, a large archaeological campaign by the Instituto Português do Património Arquitectónico has removed the mud and water from the ruins, which were found to be in a remarkable good state of conservation. The excavations allowed for the recovery of a large number of architectural and decorative fragments and a better understanding of the monastery plan. In 2006 the building of an interpretation centre and new tours were announced. This phase of the project has an estimated cost of 27 M€ and was completed in April 2009.

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