[PT]
"Igreja matriz, localizada na praça do mesmo nome, é o principal templo de Óbidos. Embora a tradição faça remontar a sua fundação ao período visigótico, transformada em mesquita no período muçulmano e novamente sagrada por D. Afonso Henriques logo após a conquista da Vila em 1148, o facto de se encontrar fora da primitiva cerca muralhada parece contrariar esta hipótese. Não se conhecendo a data exacta da fundação, é um facto que o priorado da nova igreja foi entregue a S. Teotónio, companheiro de D. Afonso Henriques, grande figura da Igreja e prior do poderoso Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que teve o padroado da Igreja de Santa Maria até D. João III o ter doado a sua mulher, a Rainha D. Catarina de Áustria. Foi também sede de uma colegiada (comunidade formada por prior e oito beneficiados), suprimida pela legislação liberal em meados do século XIX.
O templo medieval foi profundamente reformado pela Rainha D. Leonor em finais do século XV, arrastando-se as obras pelo primeiro quartel do século XVI. Data desta campanha a torre sineira, adossada à fachada e coberta por coruchéu piramidal de oitavado.
Atingida certamente pelo terramoto de 1535, cerca de 1570 ameaçava ruína, pelo que é imediatamente pensada a sua completa reconstrução. Assim, no dia 15 de Agosto de 1571, dia da Assunção de Nossa Senhora, foi lançada a primeira pedra da nova igreja, com procissão e grande aparato religioso, prosseguindo as obras sob a protecção da Rainha D. Catarina e do Prior D. Rodrigo Sanches, clérigo espanhol, esmoler-mor da Rainha e figura de grande prestígio na corte de Carlos V. Desta campanha resulta a sua configuração actual, com provável risco do arquitecto régio António Rodrigues (pedro Flor, 2002). Cerca de um século depois, sofre novas obras de beneficiação, por iniciativa do Prior Doutor Francisco de Azevedo Caminha, que redecora a igreja através de um programa artístico de gosto barroco - tecto, azulejos e telas das naves."
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[EN]
"The Rua Direita leads to the Praça de Santa Maria, dominated by the church with its white bell tower and a lovely Renaissance portal. At the time when the Moors were the lords of the region, this was the site on which they built their mosque. When D. Afonso Henriques captured Óbidos in 1148, a Christian church replaced the mosque.
The church we see today dates from the sixteenth century. In the interior, the walls, covered from top to bottom with eighteenth-century azulejos, and the painted wooden ceiling produce a fine decorative effect. It is also worth having a look at the Renaissance tomb of D. João de Noronha, who was alcaide or commander of Óbidos in the sixteenth century; this is a masterpiece of Renaissance tomb sculpture, attributed to João de Ruão. In particular, take time to appreciate the charm of the paintings by Josefa de Óbidos (1634-1684), where the sacred and profane mingle in an atmosphere of gentle sensuality and mysticism, such as in the retable representing the Mystic Marriage of St. Catherine, to be found in the sacristy. Much of the work of this remarkable painter is kept in museums, especially the museum in Óbidos. The artist is buried in the church of S. Pedro, in the square of the same name."
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