PT: "Arquitectura residencial, barroca. Solar de planta em U com ala transversal, criando pátio interno descoberto, e com capela isolada disposta lateralmente num dos topos. Fachadas rebocadas com cunhais apilastrados, coroados por pináculos, terminadas em friso e cornija e rasgadas regularmente por vãos rectilíneos sobrepostos, possuindo no primeiro piso janelas de peitoril ou portais de verga recta simples e, no segundo, janelas de sacada ou de varadim, encimadas por frontão. Fachada principal com ala central mais elaborada, terminada em entablamento pleno e balaustrada ondulante resultante do alteamento das cornijas sobre os vãos, de molduras recortadas e terminadas por elemento fitomórfico, e integrando ao centro tabela, com brasão, rematada em frontão contracurvado interrompido. Apresenta escadaria de dois braços opostos e guarda em balaustrada de cantaria a enquadrar o eixo central de portais, o inferior de comunicação ao pátio intermédio e à fachada posterior, e o superior de acesso ao andar nobre, com portal de verga recta encimado por cartela decorada; lateralmente abrem-se ainda janelas de varandim com frontão interrompido por concheado e óculos recortados com elemento flordelizado. O piso térreo, ocupado com as dependências agrícolas, foi concebido em completa subordinação ao andar nobre e funcionalmente separado dele, já que os seus acessos são apenas exteriores, pela ala central da frontaria e pelo pátio interior, o das cavalariças, onde se desenvolvem em faces opostas escadas de braços opostos. No interior, a maioria das salas são intercomunicantes por portas centrais proporcionando perspectivas longas e infinitas até à paisagem. Capela de planta longitudinal composta por nave e capela-mor, com torre sineira adossada em eixo e anexos a N.. Fachadas com pilastras nos cunhais e terminadas em friso e cornija. A principal é definida por duplas colunas suportando arco de volta perfeita no interior do qual se rasgam portal de verga recta e janela, de molduras recortadas envoltas por elementos fitomórficos, e suportando o remate em tabela rectangular coroada por frontão de lanços. No interior possui nave coberta por cúpula com lanternim e retábulo-mor em talha neoclássica, de planta recta e um eixo. Constitui um dos solares mais emblemáticos do barroco nortenho, com extraordinária articulação com os jardins envolventes a S. e a E., os quais, apesar de serem essencialmente de meados do séc. 20, seguem em parte uma linguagem barroca e se submetem a um eixo central definido pela arquitectura, conferida pela sucessão de portais das alas centrais. Esta simetria e axialidade, bem como o tratamento decorativo exuberante da ala central da fachada principal, em contraste com as restantes, é atribuída normalmente ao arquitecto Nicolau Nasoni, e comparada com outras obras do mesmo como o Palácio do Freixo (v. PT011312030008) e a Igreja de São Paulo ou dos Clérigos (v. PT011714240165). A sua planta, em U com ala transversal criando pátio intermédio, é pouco comum e o murete de cantaria encimado pela balaustrada a fechá-lo, constitui uma solução de compromisso entre a variante de U aberto e o fechado, acabando por não fechar o espaço interior nem cortar visualmente a fachada principal. Apresenta linhas baixas e escala acolhedora apesar da grande área que ocupa, conseguindo alguma verticalidade com a magistral colocação de elegantes e altos pináculos circulares galbados, em alvenaria e cantaria e terminados em fogaréus, no enfiamento das pilastras dos cunhais e definidores de panos das fachadas, bem como com as várias chaminés de corpo escalonado. A morosidade da sua construção resultou na conciliação de elementos barrocos de épocas evolutivas distintas, observando-se, por exemplo, na fachada lateral esquerda, janelas encimadas por espaldar coroado por cornija em ângulo, e, a coroar o centro da fachada posterior, uma empena curva alteada, sobreposta por beiral, característicos já do tardo-barroco. Quer o primeiro pátio, nobre, quer o segundo, essencialmente de circulação de pessoal, possuem pavimento em lajes de granito com guias de linhas convergentes, formando jogos geométricos. Interiormente, a divisão social é extremamente vincada, visto que a comunicação entre os dois pisos se realizar apenas por uma escada muito estreita na zona da cozinha e copa, no piso térreo, com a sala de jantar. A outra escada, que ligava o piso superior à zona do jardim, no topo E., encontra-se actualmente entaipada. A capela possui a mesma cércea do palácio, no entanto, parece muito mais alta, sendo a sua verticalidade, conferida pelos elementos arquitectónicos que emolduram a fachada, o respectivo remate alteado, bem como a colocação dos vãos em eixo, encimados por brasão. O remate da fachada é anacrónico, visto retomar a linguagem das tabelas maneiristas, com aletas, e frontão de lanços a rematá-la, ao mesmo tempo que segue a linguagem barroca da época de construção, com os fogaréus e outros elementos. Os vãos da fachada principal são recortados e profusamente envolvidos por decoração fitomórfica, contrastando com os das fachadas laterais, rectilíneos, mas que interiormente também são recortados e envolvidos por decoração, contribuindo assim para a dinamização do espaço. Para tal contribui igualmente os arcos a definir a nave, criando interiormente uma elipse, sendo exteriormente articulados e distintos volumetricamente. A colocação da torre sineira em eixo na fachada posterior é pouco comum no distrito e constitui uma filiação à "Escola de Braga". No interior, destaque para a sacristia, com tecto em caixotões pintados e o retábulo, ambos maneiristas, reaproveitados da antiga capela da quinta, conforme fora determinado na autorização da construção."
EN: "Residential architecture, baroque. U-shaped manor house with a transversal wing, creating an uncovered internal courtyard, and with an isolated chapel arranged laterally on one of the tops. Facades plastered with pilaster corners, crowned by pinnacles, ending in frieze and cornice and regularly torn by overlapping rectilinear spans, with sill windows or portals with simple straight lintel on the first floor and, on the second, bay windows or balcony windows, topped by pediment. Main façade with a more elaborate central wing, finished in full entablature and undulating balustrade resulting from the heightening of the cornices over the spans, with trimmed frames and finished by a phytomorphic element, and integrating a table in the center, with a coat of arms, topped with an interrupted counter-curved pediment. It has a staircase with two opposing arms and a stone balustrade guard framing the central axis of portals, the lower one connecting to the intermediate courtyard and the back facade, and the upper one giving access to the main floor, with a straight lintel portal surmounted by a decorated cartouche. ; on the sides there are also French windows with a pediment interrupted by shell and cut-out glasses with a floral element. The ground floor, occupied by the agricultural dependencies, was conceived in complete subordination to the noble floor and functionally separate from it, since its accesses are only external, through the central wing of the front and through the interior courtyard, that of the stables, where they are developed in opposite faces stairs with opposite arms. Inside, most of the rooms are interconnected by central doors providing long and infinite perspectives to the landscape. Longitudinal plant consisting of nave and chancel, with a bell tower attached to the axis and attached to the north. Facades with pilasters at the corners and ending in a frieze and cornice. The main one is defined by double columns supporting a round arch inside which a straight lintel portal and window are torn, with scalloped frames surrounded by phytomorphic elements, and supporting the finishing in a rectangular table crowned by a pediment of flights. Inside, there is a nave covered by a dome with a lantern and a main altarpiece in neoclassical carving, with a straight plan and an axis. It is one of the most emblematic manor houses of the northern baroque, with extraordinary articulation with the gardens surrounding the S. and E., which, despite being essentially from the mid-19th century. 20, partly follow a baroque language and submit to a central axis defined by the architecture, conferred by the succession of portals in the central wings. This symmetry and axiality, as well as the exuberant decorative treatment of the central wing of the main facade, in contrast to the others, is normally attributed to the architect Nicolau Nasoni, and compared with other works by the same such as the Palácio do Freixo (see PT011312030008) and the Church of São Paulo or Clérigos (v. PT011714240165). Its U-shaped plan with a transverse wing creating an intermediate patio, is unusual and the ashlar wall topped by the balustrade closing it, constitutes a compromise solution between the open and closed U variant, ending up not closing the space. interior nor visually cut the main facade. It has low lines and a welcoming scale despite the large area it occupies, achieving some verticality with the masterful placement of elegant and high galvanized circular pinnacles, in masonry and stonework and ending in fires, in the threading of the pilasters of the corners and defining the curtains of the facades, as well as with the various stepped-body chimneys. The slowness of its construction resulted in the conciliation of Baroque elements from different evolutionary periods, observing, for example, on the left side facade, windows topped by a back topped by an angled cornice, and, crowning the center of the rear facade, a gable. raised curve, superimposed by an eaves, characteristic of the late Baroque. Both the first courtyard, noble, and the second, essentially for the circulation of personnel, they have a granite slab floor with guides of converging lines, forming geometric games. Internally, the social division is extremely sharp, as the communication between the two floors is carried out only by a very narrow staircase in the kitchen and pantry area, on the ground floor, with the dining room. The other staircase, which connected the upper floor to the garden area, at the top E., is currently boarded up. The chapel has the same height as the palace, however, it seems much taller, its verticality being conferred by the architectural elements that frame the facade, the respective heightened finish, as well as the placement of the openings in an axis, topped by the coat of arms. The finishing of the façade is anachronistic, since it takes up the language of the Mannerist tables, with fins, and a pediment of flights to finish it, at the same time it follows the baroque language of the construction period, with the fires and other elements. The spans of the main façade are cut out and profusely surrounded by phytomorphic decoration, contrasting with those of the lateral façades, which are straight, but which are also cut out and surrounded by decoration on the inside, thus contributing to the dynamism of the space. The arches that define the nave also contribute to this, creating an ellipse on the inside, being articulated on the outside and volumetrically distinct. The placement of the bell tower in an axis on the rear facade is uncommon in the district and constitutes an affiliation to the "Escola de Braga". Inside, the sacristy stands out, with its painted coffered ceiling and the altarpiece, both Mannerist, reused from the old chapel of the farm,"
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