Castelo de Penedono
Posted by: Groundspeak Premium Member dmelo
N 40° 50.406 W 007° 23.642
29T E 635393 N 4522247
Castelo medieval
Waymark Code: WMY33E
Location: Viseu, Portugal
Date Posted: 04/11/2018
Published By:Groundspeak Premium Member bluesnote
Views: 2

[PT]
As fontes documentais mais antigas mencionam esta área apenas à época da reconquista cristã da península Ibérica aos mouros, a propósito do repovoamento da região após a vitória das forças de Ramiro II de Leão na batalha de Simancas (939).

A defesa desta parte do território foi confiada a Rodrigo Tedoniz, marido de Leodegúndia (irmã de Mumadona Dias) com quem gerou D. Flâmula (ou Chamoa Rodrigues). Rodrigo viria a ser alcaide dos castelos do soberano e, nessa função, teria determinado a reedificação do Castelo de Penedono. Posteriormente, em 998 da Era Hispânica (960 da Era Cristã), Chamoa Rodrigues, achando-se gravemente enferma, fez-se conduzir ao Mosteiro de Guimarães, instituindo como testamenteira a sua tia Mumadona, com o encargo de dispor de seus bens para fins de beneficência. Entre eles, incluía-se uma série de castelos e respectivas gentes (penellas et populaturas) na fronteira da Beira Alta, entre os quais este, de Penela.

Durante o século XI, ao sabor dos avanços e recuos das fronteiras cristãs, Penedono e o seu castelo mudaram de mãos em diversas ocasiões. A sua reconquista definitiva deveu-se à ação do rei leonês Fernando Magno (1064). Um inventário dos bens do Mosteiro de Guimarães, lavrado em 1095, relaciona o Castelo de Penedono entre outros bens anteriormente legados por D. Chamoa. Com a emancipação política de Portugal, os seus domínios passaram a integrar os da jovem nação. D. Sancho I (1185-1211), ante a situação estratégica de Penedono, próxima à linha fronteiriça, incentivou o repovoamento dessas terras através de Foral (1195), ao mesmo tempo em que determinava a reconstrução das suas defesas. O seu sucessor, D. Afonso II (1211-1223) confirmou-lhe o foral em 1217. A povoação e o seu castelo também tiveram a atenção de D. Dinis (1279-1325), que lhe determinou reforços na defesa.

A atual configuração do castelo remonta aos fins do século XIV, quando D. Fernando (1367-1383) inclui a povoação

no termo de Trancoso. Diante da intenção da edilidade de arrasar o Castelo de Penedono, os homens-bons desta vila insurgiram-se, logrando a sua autonomia. Esses domínios foram então doados a D. Vasco Fernandes Coutinho (Marialva), senhor do couto de Leomil, que fez reconstruir o castelo.

No contexto da crise de 1383-1385, tendo falecido na Primavera de 1384 o alcaide de Penedono, Vasco Fernandes Coutinho, sucedeu-o na função o seu filho, Gonçalo Vasques Coutinho. Leal ao partido do Mestre de Avis, foi-lhe confiado, no início de 1385 o encargo de chefiar as forças do Porto que conquistaram o Castelo da Feira. Posteriormente, distinguiu-se, por mérito, na batalha de Trancoso (Maio de 1385), o que lhe valeu a promoção ao posto de marechal. Acredita-se que, no Castelo de Penedono, tenham nascido os filhos deste alcaide e, dentre eles:

o primogênito, Vasco Fernandes Coutinho, 1º conde de Marialva, que integrou a malfadada expedição a Tânger (1437);
Álvaro Gonçalves Coutinho, o cavaleiro alcunhado Magriço, herói da narrativa dos Doze Pares de Inglaterra, imortalizado por Camões no Canto VI de Os Lusíadas.
Os descendente do conde de Marialva mantiveram interesses no Castelo de Penedono, a saber: D. Gonçalo Coutinho, que herdou o título condal, e D. Fernando Coutinho, ambos integrantes da segunda expedição a Tânger (1464), onde o primeiro perdeu a vida; os seus netos, D. João Coutinho, 3º conde de Marialva, e D. Francisco Coutinho, 4º Conde de Marialva por sucessão de seu irmão, falecido sem descendência, ambos integrantes da expedição que conquistou Arzila (1471), que ao primeiro custou a vida.

Sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), a vila recebeu o Foral Novo (1512), o que atesta a sua importância à época. Foram realizadas, nesta conjuntura, novas obras no castelo, para o que terá contribuído a influência do 4º conde de Marialva, vedor das obras reais na Beira, cuja filha única, D. Guiomar Coutinho, desposou o infante D. Fernando. Falecendo o conde sem descendência, e sua filha, dois anos depois, também sem descendência, extinguiu-se a família Coutinho.

Do século XVII aos nossos dias

Os domínios de Penedono e seu castelo são referidos, no século XVII, associados aos Lacerda, que então usavam honoríficamente o título de seus alcaides-mores.

O castelo foi visitado por Alexandre Herculano em 1812, que o descreve, à época, como já em ruínas. No século XX, foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.

Em 1940, no âmbito das comemorações dos Centenários, promovidas pelo Estado Novo português, o castelo foi alvo de intervenções de consolidação e restauro de panos de muralhas e de torres, parcialmente reconstruídos, a cargo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Novos trabalhos tiveram lugar em 1943 e em 1953, permitindo que o conjunto chegasse até aos nossos dias relativamente bem conservado, mas ainda carecendo de obras em seu interior.

Características

Na cota de 930 metros acima do nível do mar, nada sabemos de suas primitivas configurações. O atual castelo, de pequenas dimensões (com perímetro externo de cerca de 70 metros), data do final do século XIV, com complementos datando da passagem do século XV para o XVI.

Com a função de Solar, apresenta planta hexagonal irregular, com os panos laterais de muralhas ressaltados e protegidos por ameias piramidais. Em pedra de granito e xisto, no setor noroeste, a muralha é reforçada por um cubelo defensivo. Dois outros robustos torreões prismáticos, com contrafortes e mísulas, são coroados por ameias piramidais. No setor sudoeste da muralha destacam-se dois torreões esguios, coroados de ameias piramidais reentrantes, ladeando e protegendo a porta principal do castelo, encimada por um arco pleno que une ambos os torreões defensivos. Por esta acede-se a praça de armas, de pequenas dimensões. Nas suas paredes, observam-se os vestígios das bases do travejamento de madeira dos pisos residenciais, sendo as paredes rasgadas por janelas quadradas ladeadas por bancos de pedra. Num dos ângulos da praças de armas, sob a torre de menagem, inscreve-se a cisterna, de seção poligonal, recoberta por abóbada em cruzaria de ogivas. O conjunto é completado por uma pequena barbacã, cuja cortina é rasgada por uma porta em arco ogival e pelo adarve.

[ENG]

The earliest documentary sources mention this area only at the time of the Christian reconquest of the Iberian peninsula to the Moors, concerning the repopulation of the region after the victory of the forces of Ramiro II of Leon in the battle of Simancas (939).

The defense of this part of the territory was entrusted to Rodrigo Tedoniz, husband of Leodeguindia (sister of Mumadona Dias) with whom he generated D. Stream (or Chamoa Rodrigues). Rodrigo was to be mayor of the castles of the sovereign and, in this function, would have determined the rebuilding of the Castle of Penedono. Later, in 998 of the Hispanic Era (960 of the Christian Era), Chamoa Rodrigues, being seriously ill, was led to the Monastery of Guimarães, establishing as executor his aunt Mumadona, with the charge to dispose of his assets for purposes of beneficence. Among them, a series of castles and their respective peoples (penellas et populaturas) were included in the border of Beira Alta, among which this one, of Penela.

During the eleventh century, in the spirit of the advances and retreats of the Christian frontiers, Penedono and his castle changed hands on several occasions. Its definitive reconquest was due to the action of the Leonese king Ferdinand Magno (1064). An inventory of the assets of the Monastery of Guimarães, drafted in 1095, relates the Castle of Penedono among other goods previously bequeathed by D. Chamoa. With the political emancipation of Portugal, its domains came to integrate those of the young nation. D. Sancho I (1185-1211), before the strategic situation of Penedono, near the frontier line, encouraged the repopulation of these lands through Foral (1195), at the same time as it determined the reconstruction of its defenses. His successor, D. Afonso II (1211-1223) confirmed his charter in 1217. The town and its castle also had the attention of D. Dinis (1279-1325), who determined reinforcements in the defense.

The present configuration of the castle goes back to the end of the XIV century, when D. Fernando (1367-1383) includes the settlement

in the term of Trancoso. Faced with the intention of the township to raze the Castle of Penedono, the good men of this village insurged themselves, achieving their autonomy. These domains were then donated to D. Vasco Fernandes Coutinho (Marialva), lord of the coutu of Leomil, who had the castle rebuilt.

In the context of the crisis of 1383-1385, when the mayor of Penedono, Vasco Fernandes Coutinho, died in the spring of 1384, he was succeeded by his son, Gonçalo Vasques Coutinho. Loyal to the party of the Master of Avis, he was entrusted, at the beginning of 1385, with the task of leading the forces of Porto that conquered the Feira Castle. Later, it was distinguished, by merit, in the battle of Trancoso (May of 1385), which was worth to him to the promotion to the rank of marshal. It is believed that in the Castle of Penedono, the sons of this mayor were born and, among them:

the first-born, Vasco Fernandes Coutinho, 1st Count of Marialva, who integrated the ill-fated expedition to Tangier (1437);
Álvaro Gonçalves Coutinho, the knight nicknamed Magriço, hero of the narrative of the Twelve Pairs of England, immortalized by Camões in Canto VI de Os Lusíadas.
The descendants of the Count of Marialva maintained interests in the Castle of Penedono, namely: D. Gonçalo Coutinho, who inherited the title condal, and D. Fernando Coutinho, both members of the second expedition to Tangier (1464), where the first lost his life ; his grandchildren, D. João Coutinho, 3rd Count of Marialva, and D. Francisco Coutinho, 4th Count of Marialva by succession of his brother, deceased without descent, both members of the expedition that conquered Arzila (1471), which at first cost life.

Under the reign of D. Manuel I (1495-1521), the village received the Foral Novo (1512), which attests to its importance at the time. At this juncture, new works were carried out in the castle, which was influenced by the 4th Count of Marialva, the owner of the royal works in Beira, whose only daughter, D. Guiomar Coutinho, married the infant Fernando. When the count had died without descent, and his daughter, two years later, also without descendants, the Coutinho family was extinguished.

From the seventeenth century to our days

The domains of Penedono and its castle are referred to, in the seventeenth century, associated with the Lacerda, who then used honorably the title of their mall-mores.

The castle was visited by Alexandre Herculano in 1812, which describes it, at the time, as already in ruins. In the 20th century, it was classified as a National Monument by Decree published on June 23, 1910.

In 1940, during the celebrations of the centenaries, promoted by the Portuguese New State, the castle was the object of interventions for the consolidation and restoration of cloths of walls and towers, partially reconstructed, by the General Directorate of Buildings and National Monuments. New works took place in 1943 and 1953, allowing the ensemble to be relatively well preserved, but still lacking in its interior.

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Accessibility: Full access

Condition: Partly ruined

Admission Charge?: no

Website: [Web Link]

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